segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Bonner cansado, candidatos chutando o balde e Bolsonaro amarelou



Por Eduarda Prawucki

O Centro está disseminado e os votos se resumem em PT e anti-PT. Como o jornalismo influencia a opinião pública mais do que a publicidade, esperávamos que o último debate pré eleição seria decisivo, mas não foi o que aconteceu. No dia 4 de outubro, três dias antes da eleição, a Rede Globo realizou um debate entre os candidatos à presidência da república mais bem colocados nas pesquisas eleitorais. Porém o candidato Jair Bolsonaro do PSL, não compareceu. Segundo o presidente do partido (PSL), Gustavo Bebianno, a restrição é uma recomendação médica.

No entanto, no mesmo dia (4) a Rede Record exibiu no mesmo horário do debate eleitoral da Globo, uma entrevista de aproximadamente 26 minutos com Bolsonaro. Convenhamos que a entrevista foi mais confortável, por ser na casa do candidato e o jornalista Eduardo Ribeiro fez réplicas leves para Jair. Houve nitidamente um interesse da Record em alavancar seu candidato e de Bolsonaro, por não ter que enfrentar os demais oponentes no debate.

Com ou sem Bolsonaro o debate aconteceu. Apenas o centro e a direita no páreo. Visivelmente Alckmin, Ciro, Marina e Meirelles falavam a mesma língua, ou tentavam pelo menos. Haddad e Boulos atacaram Bolsonaro e criticaram o fato de ele não ter vindo ao debate. Alvaro Dias, do Podemos, praticamente se recusou em falar de promessas, pois afirmou que o Brasil precisa primeiro acabar com o sistema corrupto. Houveram faíscas entre Haddad, Alvaro e Marina, no qual o centro atacou o petista com acusações de corrupção.

Por Henrique Meirelles, do MDB, ter trabalhado no governo de Michel Temer, como o principal nome da equipe econômica responsável pela teto de gastos e a reforma trabalhista e no governo do PT como presidente do Banco Central, os demais candidatos o acusaram de corrupção. O candidato se ofendeu pela fala de seus concorrentes e chegou a pedir direito de resposta, avaliado e concedido pela produção do debate. No pronunciamento Meirelles afirmou que não é alvo de nenhum processo. "Nesse festival de delações e denúncias, meu nome nunca foi citado, meu trabalho não diferencia de um governo para o outro", afirmou.

Como a internet não perdoa, o que mais se destacou no debate não foi nenhum dos candidatos e sim o mediador William Bonner Isso mesmo, o editor-chefe e apresentador do Jornal Nacional, afirmou estar cansado e esqueceu de sortear temas para discussão no debate, solicitou o pronunciamento de candidatos dos quais já haviam encerrado seu tempo de fala, entre outras gafes. A candidata Marina Silva, da Rede, não perdoou. A cada deslize do apresentador, Marina expressava em tom de ironia “Jornalistas…”. Em rebate William afirmou "A culpa é só minha, não dos jornalistas".  Mas Bonner acabou levando na brincadeira e declarou: "Segundo erro da noite. Eu vou fazer um ranking com meus erros".

Nenhum comentário:

Postar um comentário