Por Eduarda Prawucki
O Centro está disseminado e os
votos se resumem em PT e anti-PT. Como o jornalismo influencia a opinião
pública mais do que a publicidade, esperávamos que o último debate pré eleição
seria decisivo, mas não foi o que aconteceu. No dia 4 de outubro, três dias
antes da eleição, a Rede Globo realizou um debate entre os candidatos à
presidência da república mais bem colocados nas pesquisas eleitorais. Porém o
candidato Jair Bolsonaro do PSL, não compareceu. Segundo o presidente do
partido (PSL), Gustavo Bebianno, a restrição é uma recomendação médica.
No entanto, no mesmo dia (4) a
Rede Record exibiu no mesmo horário do debate eleitoral da Globo, uma
entrevista de aproximadamente 26 minutos com Bolsonaro. Convenhamos que a
entrevista foi mais confortável, por ser na casa do candidato e o jornalista Eduardo
Ribeiro fez réplicas leves para Jair. Houve nitidamente um interesse da Record
em alavancar seu candidato e de Bolsonaro, por não ter que enfrentar os demais
oponentes no debate.
Com ou sem Bolsonaro o debate
aconteceu. Apenas o centro e a direita no páreo. Visivelmente Alckmin, Ciro,
Marina e Meirelles falavam a mesma língua, ou tentavam pelo menos. Haddad e
Boulos atacaram Bolsonaro e criticaram o fato de ele não ter vindo ao debate.
Alvaro Dias, do Podemos, praticamente se recusou em falar de promessas, pois
afirmou que o Brasil precisa primeiro acabar com o sistema corrupto. Houveram
faíscas entre Haddad, Alvaro e Marina, no qual o centro atacou o petista com
acusações de corrupção.
Por Henrique Meirelles, do MDB,
ter trabalhado no governo de Michel Temer, como o principal
nome da equipe econômica responsável pela teto de gastos e a reforma
trabalhista e no governo do PT como presidente do Banco Central, os demais
candidatos o acusaram de corrupção. O candidato se ofendeu pela fala de seus
concorrentes e chegou a pedir direito de resposta, avaliado e concedido pela
produção do debate. No pronunciamento Meirelles afirmou que não é alvo de
nenhum processo. "Nesse festival de delações e denúncias, meu nome nunca
foi citado, meu trabalho não diferencia de um governo para o outro",
afirmou.
Como a internet não perdoa, o que
mais se destacou no debate não foi nenhum dos candidatos e sim o mediador
William Bonner Isso mesmo, o editor-chefe e apresentador do Jornal Nacional,
afirmou estar cansado e esqueceu de sortear temas para discussão no debate,
solicitou o pronunciamento de candidatos dos quais já haviam encerrado seu
tempo de fala, entre outras gafes. A candidata Marina Silva, da Rede, não
perdoou. A cada deslize do apresentador, Marina expressava em tom de ironia
“Jornalistas…”. Em rebate William afirmou "A culpa é só minha, não dos jornalistas". Mas Bonner acabou levando na brincadeira e declarou: "Segundo erro da noite. Eu vou fazer um ranking com meus erros".
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